quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sobre querer e desejar ser in aeternum

Eu nasci e cresci debaixo das estrelas do Cruzeiro do Sul.
Aonde quer que eu vá, elas me perseguem. Debaixo do Cruzeiro do Sul, cruz de fulgores, vou vivendo as estações do meu destino.
Não tenho nenhum Deus. Se tivesse, pediria a ele que não me deixe chegar à morte: ainda não. Falta muito o que andar. Existem luas para as quais ainda não lati e sóis nos quais ainda não incendiei. Ainda não mergulhei em todos os mares deste mundo, que dizem que são sete, nem em todos os rios do Paraíso, que dizem são quatro.
Em Montevidéu, existe um menino que explica:
eu não quero morrer nunca, porque quero brincar sempre.

Eduardo Galeano. O livro dos abraços.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Nossos produtos e a oficina de trabalho!


1. Grupo trabalhando. 2. Idem. 3. Primeiro 'produto': pasta feita a partir de banner de papel, sem costura, sem cola, apenas dobraduras. 4. Bolsa moda praia-supermercado feita a partir de banner plásticos. Custo zero. 5. Estojo produzido a partir de banner de vinil, pasta para papéis de desenho A4 e bolsa moda praia supermercado.


















sexta-feira, 28 de novembro de 2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Visitas no Re-utilize

Foi bacana receber a visita surpresa (08 11 08) de um grupo de alunos da 6ª série, da escola Tellechêa do Parque Marinha, acompanhados da professora Nélia Regina (estagiária). Foi muito legal, também, constatar o interesse e a curiosidade deles nas atividades que estamos desenvolvendo. Apresentamos a eles o projeto, nosso objetivos e alguns dos objetos que já elaboramos. Eles manifestaram surpresa e perguntaram muitas coisas sobre o trabalho. Valeu pessoal!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A história das coisas




http://www.youtube.com/watch?v=tU5UjjnGDaE&eurl=http://peter_jerome.wayn.com/&feature=player_embedded



Reduzindo, Reciclando e Re-utilizando!!!



A prática do Re-utilize nos leva a refletir sobre questões relacionadas ao consumo em nosso cotidiano. Encontramos esse vídeo, circulando pela internet e com ele podemos estabelecer um diálogo entre a nossa prática, desenvolvida nas sextas-feiras e a nossa vida diária.



O vídeo acima é um convite a repensarmos a nossa condição na sociedade de consumo!



Boa viagem...




domingo, 26 de outubro de 2008

Participação na MPU

Estivemos participando da Mostra de Produção Universitária (MPU) da FURG. O Re-utilize é um projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão e esteve presente nas modalidades "Seminário de Extensão"(nesta instância foi representado pela integrante Roberta Cadaval) e "Encontros dos Grupos de Pesquisa"(e aqui foi representado pela integrante Flávia Menestrino com a apresentação de um banner).

O Re-utilize ganhou destaque na MPU na modalidade "Seminário de Extensão"!

Parabéns para nós nestes dois meses de vida!

Agradecimentos

O Re-utilize se sustenta de, além da re-utilização dos resíduos gerados pela comunidade riograndina, da re-utilização de conhecimentos. Compartilhamos experiências e praticamos troca de favores, por esta razão o projeto tem caráter extensionista.

Aqui queremos fazer um agradecimento especial a colaboração do Senhor Roni Soares Ramos que executou as costuras nas bolsas da linha de objetos acadêmicos. Bolsas desenhadas e confeccionadas especialmente para os alunos das Artes Visuais, para transporte e armazenamento de folhas de desenho em tamanho A3. Nestas bolsas o material utilizado foi o banner de trama em vinil.

Queremos agradecer também, a VONPAR, pela doação de material publicitário de campanhas antigas em banners de plástico que já estão sendo utilizados na confecção de bolsas para uso em compras e praia (moda praia-supermercado).

Já que estamos fazendo agradecimentos, consideramos importante retroceder no tempo e agradecer àqueles e aquelas que desde o início deste projeto, confiaram na nossa iniciativa e nos estimularam e apoiaram.

Assim, expressamos nosso agradecimento muito especial à Profª Maria do Carmo Galiazzi, que além de mensagens de estímulos, tomou a iniciativa de divulgar o Re-utilize no Encontro de Educação de Arte ambiental, bem como de solicitar aos participantes do evento a doação dos banners que estavam apresentando neste evento. A solicitação surtiu efeito e garantiu ao grupo Re-utilize  matéria-prima para dar início aos trabalhos.
Agradecemos ainda à comunidade universitária que respondeu nossa mensagem de doação de banners e que colaborou efetivamente doando material.

Na lista de agradecimentos temos que incluir a empresa Ponto Gráfico que tem doado o material excedente de sua produção gráfica semanalmente, o que faz com que esta empresa seja considerada pelo grupo Re-utilize como um colaborador e parceiro do projeto. 

Obrigada a todos e todas!

Enfim, ao fazer estes agradecimentos, imediatamente fomos levados a fazer um 'balanço' da curta trajetória do projeto e constatamos que, além de atender a seus objetivos, tem transcendido a eles, especialmente no que diz respeito à rede de relações criadas a partir dos contatos que fizemos. O caráter extensionista está traduzido através das colaborações de toda ordem, com distintos grupos, dos diálogos com outros projetos similares, e mesmo de caráter mais científico. Além disto, além do cumprimento da pauta de objetivos, da cadeia de relações construída, é importante destacar um aspecto - aparentemente menos acadêmico, menos científico, menos pragmático - relacionado as reuniões do grupo de voluntários do projeto. As reuniões ocorrem às sextas-feiras, último dia da semana, final de tudo, momento que tradicionalmente o cansaço, e o estresse dele decorrente  costuma tomar conta das pessoas e afetar seu humor e estado de espírito... Pois bem, as sextas-feiras no Re-utilize tem sido marcadas pelo bom humor, pela energia e vontade de trabalhar com prazer, e especial e surprendentemente, um momento de prazer e tranquilidade.

Este, parece ser afinal um tema importante para ser incluido na pauta das reflexões acadêmicas: o que leva e motiva este grupo de pessoas a trabalhar em coisas aparentemente artesanais (afinal para alguns [equivocadamente] é apenas um grupo de 'artesanato'), após uma semana de atividades densas e muito mais 'acadêmicas'? pois... provavelmente não existe uma única resposta, mas todas elas, para serem respondidas, inevitavelmente terão que passar pelo questionamento da qualidade de vida, pelo prazer e bem estar e pela necessidade de ser um pouco mais humanos. Neste momento histórico, no qual, em todos os setores somos estimulados a produzir, produzir e produzir, alcançar e superar estatísticas em um processo sem fim, números (afinal temos que ser pragmáticos e ingressar na cadeia de produção), nos transformamos nos atores de um projeto social que até bem pouco tempo questionávamos, e esquecemos de levar em conta o afeto, o desejo - valores imprescindíveis à qualquer tempo histórico.... Os encontros no Re-utilize revelaram estes anseios guardados em cada um de seus participantes e, num pacto sem a intermediação das palavras, trabalhamos com design de objetos a partir de matérias 'inserviveis', com o enfrentamento das problemáticas específicas de nosso tempo, entretanto, tendo como substrato o prazer e por que não dizer sem nenhuma 'vergonha', com a felicidade momentânea de uma tarde de sexta-feira.


1. Preparação do material e confecção das bolsas moda supermercado-praia.

sábado, 20 de setembro de 2008

Todo se transforma

Todo se transforma
Jorge Drexler


Tu beso se hizo calor,
Luego el calor, movimiento,
Luego gota de sudor
Que se hizo vapor, luego viento
Que en un rincón de la rioja
Movió el aspa de un molino
Mientras se pisaba el vino
Que bebió tu boca roja.




Tu boca roja en la mía,
La copa que gira en mi mano,
Y mientras el vino caía
Supe que de algún lejano
Rincón de otra galaxia,
El amor que me darías,
Transformado, volvería
Un día a darte las gracias.




Cada uno da lo que recibe
Y luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma:
Nada se pierde,
Todo se transforma.




El vino que pagué yo,
Con aquel euro italiano
Que había estado en un vagón
Antes de estar en mi mano,
Y antes de eso en torino,
Y antes de torino, en prato,
Donde hicieron mi zapato
Sobre el que caería el vino.



Zapato que en unas horas
Buscaré bajo tu cama
Con las luces de la aurora,
Junto a tus sandalias planas
Que compraste aquella vez
En salvador de bahía,
Donde a otro diste el amor
Que hoy yo te devolvería






Cada uno da lo que recibe
Y luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma:
Nada se pierde,
Todo se transforma.





Tudo se transforma...

A música de Jorge Drexler é mais uma via que explora a idéia evocada pelo grupo Re-Utilize... Assim como o Oroborus, que é a serpente que morde a própria cauda. É a metáfora absoluta da renovação do ser que se consome e se alimenta no mesmo ciclo, renova-se fortalecida com a própria exaustão como a sabedoria que amadurece quando se desfaz das folhas secas e fortalece as raízes e galhos para conquistar os novos tempos.[1]

Tudo funciona em ciclos sucessivos, trajetórias. Essas trajetórias são o que podemos chamar de processos que o indivíduo (ou o objeto!) percorre durante sua vida. Todos passamos por transformações e experiências as quais “re-utilizamos” para sistematizar nossas próximas concepções de mundo. Como diz Drexler, Nada se perde, tudo se transforma. E assim vamos transformando a nossa volta e a nós mesmos, re-utilizando conhecimentos, trabalhando em conjunto e trocando experiências.

Roberta Cadaval

[1] Helena Sut no site: http://www.helenasut.net/

domingo, 14 de setembro de 2008

Logomarca


Aí está a logomarca do Re-Utilize, aprovada pelo grupo na útlima reunião!! Continuamos trabalhando para que ela fique prontinha! Mantemos a idéia do oroborus, presença marcada na lógica do grupo, assim como a idéia de trabalho coletivo, compartilhado e em movimento contínuo. Brincamos com as cores, representando os elementos da natureza... e aqui vamos nós, re-utilizando nossos conhecimentos e idéias sobre o mundo ao redor!!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Roseli e Teresa,

Pensem na possibilidade do uso dos materiais residuais da informatica para confecção de ornamentos pessoais (bijouterias). O proprio corpo seria um "expositor" do conceito ecológico de re-utilizar, gerando oportunidade para trabalhar a ética do comprometimento ambiental.

Recomendo visitas aos sites:

http://maisvoce.globo.com/

http://blogdomrcondes.blogspot.com/2008/06/artes-faz-jias-de-sucata-tecnolgica.html

http://nanahaynearte.blogspot.com/

O grande desafio nao está necessarimente em fazer, mas sim em se comunicar.

Roberto Lauro Witt

Re-utilizações / colaborações 3




















Pessoal, o professor Lauro Witt envia-nos mais umas colaborações, desta vez uma proposta desenvolvida pelo bolsista do NPQ, Jean Matheus e links com trabalhos em Design com matéria-prima descartada (especialmente elementos de informática) e que vamos postar aqui no blog.

Obrigada Lauro, vamos seguir conectando os interesses em torno do reaproveitamento das matérias ditas inservíveis, ou, como também dizes tu: passíveis de 'releitura de funções'.

Segue mensagem original do Lauro:

Ola Teresa!

O Jean Matheus Porto Dias, é aluno do curso de Engenharia Mecânica Empresarial, e bolsista do NPQ - Núcleo de Pré-qualificação de Sistemas Funcionais.
Os materiais do chaveiro originam-se de Discos Rígidos de computadores (HD) (anel principal e rolamentos) e de impressoras (molas).
O chaveiro é um exemplo de aplicação, que talvez sirva como estímulo para a produção de brinquedos destes materiais reutilizáveis.

um abraço,

Lauro Witt

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Re-Utilizações / Colaborações 2


Os materiais considerados inservíveis, ou mesmo "lixo", pela sociedade podem ser fonte de criação de propostas realmente muito interessantes.

Este trabalho acima, fiz para o Dia do Psicólogo (27 de agosto), sendo composto por fios de aluminio descartados pela CEEE.

Colaborador: Lauro Witt

Re-Utilizações / Colaborações



Devem conhecer a ferramenta meditativa "jardim japonês", que é uma pequena caixa de madeira que contém areia fina e com pequenas pedras e um mini rastilho a pessoa constrói um jardim, que é desfeito logo em seguida.

Seguindo essa mesma proposta e unindo com a história das agulhas de acupuntura usadas, construi uma outra ferramenta. É uma base de gel de silicone (flor amarela representando o sol), apoiada em um prato (tem a função de comportar alimentos que estão assim, prestes a fomentar a vida humana), onde a pessoa tem a "tarefa" de cravar as agulhas de acupuntura formando um desenho. (agulhas que antes foram empregadas para harmonizar o próprio usuário com vistas a sua saúde, ou integração homem-universo, harmoniza a mente no ato da criação de formas pelas agulhas).



Um detalhe, é que se a pessoa não fizer esta atividade com suavidade, as agulhas entortam e não são cravadas no gel, e deforma também as agulhas vizinhas que já foram colocadas no gel. Se a pessoa estiver agitada, não consegue fazer.

Colaborador: Lauro Witt

domingo, 24 de agosto de 2008


1.  Grupo (parcial) trabalhando nos projetos das pastas para a Semana Acadêmica das Artes / 2008.
2. O material empregado nesta primeira proposta.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Re-utilizando - Experimentações


Nossas primeiras experimentações!
Criando modelos de pastas para a Semana Acadêmica das Artes a partir de posters plastificados.


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Re-utilizando

Primeiro encontro de trabalho, primeira atividade e desafio: criar e confeccionar pastas para a Semana Acadêmica do Curso de Artes Visuais da FURG... O desafio desta atividade foi o de encontrar soluções para confeccionar a pasta sem recorrer a ajuda da cola, da costura ou outros recursos. Quer dizer, projetar uma pasta utilizando essencialmente os posters em plástico,...  e custo zero. Neste primeiro encontro já surgiram grandes idéias e confeccionamos alguns protótipos!

domingo, 17 de agosto de 2008

Re-Utilize!


"Oroborus é a imortalidade e também o renascimento, é o infinito... A negação da morte e a sua afirmação mais contundente. A metáfora absoluta da renovação do ser que se consome e alimenta no mesmo ciclo, renova-se fortalecida com a própria exaustão como a sabedoria que amadurece quando se desfaz das folhas secas e fortalece as raízes e galhos para conquistar os novos tempos." [1]
Helena Sut


Re-utilize é uma proposta de estudo, pesquisa, trabalho e reflexão coletiva em torno dos resíduos que produzimos e sobre possibilidades de aproveitamento dos mesmos. Portanto, não é uma iniciativa inusitada, dado que neste sentido muitas tem sido as iniciativas nos últimos anos, no Brasil e no mundo. A particularidade do Re-utilize se localiza no fato de que em um primeiro momento concentrará seu objetivo no aproveitamento dos resíduos materiais gerados pelo próprio sistema acadêmico – neste caso o aproveitamento dos banners e posters criados e utilizados em seminários, colóquios, cursos, publicidade e informação acadêmica – e a partir deles criar uma linha de objetos utilitários acadêmicos, tais como bolsas estudantis, mochilas, pastas para eventos, capas para computadores portáteis, estojos para periféricos e material escolar.

Esta primeira etapa é emblemática, ou, quer ser paradigmática... Criar objetos a partir dos resíduos gerados, e voltar a inseri-los em seu lugar de uso original, com os resíduos memoriais de sua atividade anterior, significa mais que fazer um aproveitamento de um lixo problemático (vinil, plástico, poliéster). Significa transformar o resíduo em mensagem e uma presença ativa sobre nossas ações e nossos problemas ambientais mais prementes.

(Re) Utilizamos como referência para nossas ações, o Oroborus, ou ouroborus... e tantas outras variações. Não importa... é a cobra que morde o própria cauda, para o bem ou para o mal... Mas sempre em um movimento infinito, contínuo, gerador de vida e de morte.

Os membros do Re-utlize não são Designers. Em sua maioria são formados ou são acadêmicos em Artes Visuais e por esta razão, para levar adiante o projeto, terão que estudar muito, contar com colaborações de todo o tipo: materiais, técnicas e tecnológicas. E isto será uma outra forma de re-utilizar: reutilizar procedimentos e conhecimentos de outras áreas, bem como o conhecimento empírico de pessoas da comunidade do Rio Grande.

Sabemos que isto não será um problema. Nós, por nossa parte entramos com a iniciativa (o projeto estruturado e aprovado junto ao Departamento de Letras e Artes da FURG), com conhecimentos específicos em Artes Visuais, em História e Crítica da Arte, com conhecimento em história da sociedade, e com muita vontade de trabalhar... a cobra morde a cauda...

Não sabemos ainda até aonde poderemos chegar, ou mesmo se vamos conseguir concretizar nossos principais objetivos, mas o início dos trabalhos tem sido marcado por muitas boas energias traduzidas especialmente pelo retorno acadêmico que temos recebido: foram tantas as mensagens de apoio, de incentivo e colaboração que até ficamos assustados. Muito mais do que havíamos esperado. Já somos um número significativo de pessoas e temos um bom contingente de matéria-prima, o suficiente para começarmos as investigações para a linha de produtos acadêmicos e, pasmem, para darmos início ao primeiro projeto de trabalho, já em andamento: a confecção das pastas para a Semana Acadêmica das Artes Visuais (isto não estava os planos, mas é assim, um projeto sempre tem pernas próprias, autonomia, não pode e não deve ser engessado).

Logo, logo vamos veicular a logomarca do projeto (ela está sendo desenvolvida e discutida pelo grupo e o processo é coletivo, demanda diálogo e tempo pois deverá satisfazer a todos), através da qual vamos nos identificar em nossos produtos e correspondências.

Por ora vamos usar este blog, uma colaboração da Roberta Cadaval. Mas queremos, logo que possível, (e a Roberta diz que sim!) e a medida que o projeto crie pernas mais fortes, criar um site... sem pressa... temos todo o tempo do mundo.

O nosso lugar de trabalho é provisório. Estamos (re) utilizando a sala de pintura as sextas-feiras pela tarde. O lugar definitivo dependerá do ritmo, do volume de trabalho, e especialmente de encontrar o local mais adequado. Estamos nisto....

Bem, por agora era isto. Vamos anexar a documentação das atividades já a partir de agora, e sempre que possível.

Para concluir: O projeto é aberto a todos aqueles que tenham afinidade e interesse com a iniciativa, e a colaboração pode se dar de muitas maneiras, com matérias-primas, recursos em geral, tecnologias e mão de obra.

“Um símbolo que sobrevive aos extremos. Seja o círculo ou a sinuosidade de um oito vivo, seja a serpente que devora ou a que se lança de si... Sem começos ou fins, a serpente é uma alegoria única, contínua, um elo inquebrantável que quando percebido transforma a compreensão da existência numa perene filosofia, faz a experiência humana se ornar com as sagradas e profanas vestes de um constante principiante e traz à lembrança os sonhos à espera de realizações.” [2]

Teresa Lenzi

[1] SUT, Helena. www.helenasut.net, junho 2008.


[2] idem.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Oroborus


A serpente engolindo a própria cauda atordoa a percepção de quem tenta encontrar o ponto de partida. Com estranhamento, os olhos percorrem a forma circular enquanto o pensamento se deixa serpentear pelas plurais interpretações e se recria nas formas ovais que sustentam as reflexões e lançam as expectativas espiraladas ao mundo.

Oroborus é a imortalidade e também o renascimento, é o infinito... A negação da morte e a sua afirmação mais contundente. A metáfora absoluta da renovação do ser que se consome e alimenta no mesmo ciclo, renova-se fortalecida com a própria exaustão como a sabedoria que amadurece quando se desfaz das folhas secas e fortalece as raízes e galhos para conquistar os novos tempos.

Um símbolo que sobrevive aos extremos. Seja o círculo ou a sinuosidade de um oito vivo, seja a serpente que devora ou a que se lança de si... Sem começos ou fins, a serpente é uma alegoria única, contínua, um elo inquebrantável que quando percebido transforma a compreensão da existência numa perene filosofia, faz a experiência humana se ornar com as sagradas e profanas vestes de um constante principiante e traz à lembrança os sonhos à espera de realizações.

A dinâmica da morte e da vida ressuscitada num andamento musical, numa linguagem reticente, numa pintura que lança o espectador numa viagem labiríntica à própria essência, numa ausência que a saudade cicatriza no corpo num arrepio ininterrupto, numa presença sempre em busca de um novo significado...

Uma carta retorna ao remetente com a emoção do outro. Um livro abandonado num sebo encontra o leitor e um local na cabeceira. Uma carência aporta no olhar amoroso e ganha um novo significado com a profusão de sentimentos. Sincronia de percepções ao resgatar o sonho plural com anima e animus e vivê-lo nas correntes dos rios cotidianos nas superfícies e subterrâneos redescobertos. Renascimento das fontes, do extravaso dos cursos que se completam e reiniciam em mar, salgados pelas vivências profundas, lançados às vestais areias no zênite do encontro harmonioso. Prazer de se reencontrar em busca...

As imagens do mundo reunificadas nas mandalas originais que se propagam nos círculos dos céus e infernos individuais com os enigmas de anseios e ambigüidades. Liames...

O silêncio. A palavra reclusa ganha nova forma nas abissais lacunas que não podem ser verbalizadas e são esculpidas em renovadas e íngremes perspectivas das alvoradas. A linguagem navegante se lança ao vasto oceano, rebatizado em ondas, e recria os horizontes com a magenta luminosidade dos crepúsculos vespertinos.

Helena Sut