domingo, 24 de agosto de 2008


1.  Grupo (parcial) trabalhando nos projetos das pastas para a Semana Acadêmica das Artes / 2008.
2. O material empregado nesta primeira proposta.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Re-utilizando - Experimentações


Nossas primeiras experimentações!
Criando modelos de pastas para a Semana Acadêmica das Artes a partir de posters plastificados.


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Re-utilizando

Primeiro encontro de trabalho, primeira atividade e desafio: criar e confeccionar pastas para a Semana Acadêmica do Curso de Artes Visuais da FURG... O desafio desta atividade foi o de encontrar soluções para confeccionar a pasta sem recorrer a ajuda da cola, da costura ou outros recursos. Quer dizer, projetar uma pasta utilizando essencialmente os posters em plástico,...  e custo zero. Neste primeiro encontro já surgiram grandes idéias e confeccionamos alguns protótipos!

domingo, 17 de agosto de 2008

Re-Utilize!


"Oroborus é a imortalidade e também o renascimento, é o infinito... A negação da morte e a sua afirmação mais contundente. A metáfora absoluta da renovação do ser que se consome e alimenta no mesmo ciclo, renova-se fortalecida com a própria exaustão como a sabedoria que amadurece quando se desfaz das folhas secas e fortalece as raízes e galhos para conquistar os novos tempos." [1]
Helena Sut


Re-utilize é uma proposta de estudo, pesquisa, trabalho e reflexão coletiva em torno dos resíduos que produzimos e sobre possibilidades de aproveitamento dos mesmos. Portanto, não é uma iniciativa inusitada, dado que neste sentido muitas tem sido as iniciativas nos últimos anos, no Brasil e no mundo. A particularidade do Re-utilize se localiza no fato de que em um primeiro momento concentrará seu objetivo no aproveitamento dos resíduos materiais gerados pelo próprio sistema acadêmico – neste caso o aproveitamento dos banners e posters criados e utilizados em seminários, colóquios, cursos, publicidade e informação acadêmica – e a partir deles criar uma linha de objetos utilitários acadêmicos, tais como bolsas estudantis, mochilas, pastas para eventos, capas para computadores portáteis, estojos para periféricos e material escolar.

Esta primeira etapa é emblemática, ou, quer ser paradigmática... Criar objetos a partir dos resíduos gerados, e voltar a inseri-los em seu lugar de uso original, com os resíduos memoriais de sua atividade anterior, significa mais que fazer um aproveitamento de um lixo problemático (vinil, plástico, poliéster). Significa transformar o resíduo em mensagem e uma presença ativa sobre nossas ações e nossos problemas ambientais mais prementes.

(Re) Utilizamos como referência para nossas ações, o Oroborus, ou ouroborus... e tantas outras variações. Não importa... é a cobra que morde o própria cauda, para o bem ou para o mal... Mas sempre em um movimento infinito, contínuo, gerador de vida e de morte.

Os membros do Re-utlize não são Designers. Em sua maioria são formados ou são acadêmicos em Artes Visuais e por esta razão, para levar adiante o projeto, terão que estudar muito, contar com colaborações de todo o tipo: materiais, técnicas e tecnológicas. E isto será uma outra forma de re-utilizar: reutilizar procedimentos e conhecimentos de outras áreas, bem como o conhecimento empírico de pessoas da comunidade do Rio Grande.

Sabemos que isto não será um problema. Nós, por nossa parte entramos com a iniciativa (o projeto estruturado e aprovado junto ao Departamento de Letras e Artes da FURG), com conhecimentos específicos em Artes Visuais, em História e Crítica da Arte, com conhecimento em história da sociedade, e com muita vontade de trabalhar... a cobra morde a cauda...

Não sabemos ainda até aonde poderemos chegar, ou mesmo se vamos conseguir concretizar nossos principais objetivos, mas o início dos trabalhos tem sido marcado por muitas boas energias traduzidas especialmente pelo retorno acadêmico que temos recebido: foram tantas as mensagens de apoio, de incentivo e colaboração que até ficamos assustados. Muito mais do que havíamos esperado. Já somos um número significativo de pessoas e temos um bom contingente de matéria-prima, o suficiente para começarmos as investigações para a linha de produtos acadêmicos e, pasmem, para darmos início ao primeiro projeto de trabalho, já em andamento: a confecção das pastas para a Semana Acadêmica das Artes Visuais (isto não estava os planos, mas é assim, um projeto sempre tem pernas próprias, autonomia, não pode e não deve ser engessado).

Logo, logo vamos veicular a logomarca do projeto (ela está sendo desenvolvida e discutida pelo grupo e o processo é coletivo, demanda diálogo e tempo pois deverá satisfazer a todos), através da qual vamos nos identificar em nossos produtos e correspondências.

Por ora vamos usar este blog, uma colaboração da Roberta Cadaval. Mas queremos, logo que possível, (e a Roberta diz que sim!) e a medida que o projeto crie pernas mais fortes, criar um site... sem pressa... temos todo o tempo do mundo.

O nosso lugar de trabalho é provisório. Estamos (re) utilizando a sala de pintura as sextas-feiras pela tarde. O lugar definitivo dependerá do ritmo, do volume de trabalho, e especialmente de encontrar o local mais adequado. Estamos nisto....

Bem, por agora era isto. Vamos anexar a documentação das atividades já a partir de agora, e sempre que possível.

Para concluir: O projeto é aberto a todos aqueles que tenham afinidade e interesse com a iniciativa, e a colaboração pode se dar de muitas maneiras, com matérias-primas, recursos em geral, tecnologias e mão de obra.

“Um símbolo que sobrevive aos extremos. Seja o círculo ou a sinuosidade de um oito vivo, seja a serpente que devora ou a que se lança de si... Sem começos ou fins, a serpente é uma alegoria única, contínua, um elo inquebrantável que quando percebido transforma a compreensão da existência numa perene filosofia, faz a experiência humana se ornar com as sagradas e profanas vestes de um constante principiante e traz à lembrança os sonhos à espera de realizações.” [2]

Teresa Lenzi

[1] SUT, Helena. www.helenasut.net, junho 2008.


[2] idem.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Oroborus


A serpente engolindo a própria cauda atordoa a percepção de quem tenta encontrar o ponto de partida. Com estranhamento, os olhos percorrem a forma circular enquanto o pensamento se deixa serpentear pelas plurais interpretações e se recria nas formas ovais que sustentam as reflexões e lançam as expectativas espiraladas ao mundo.

Oroborus é a imortalidade e também o renascimento, é o infinito... A negação da morte e a sua afirmação mais contundente. A metáfora absoluta da renovação do ser que se consome e alimenta no mesmo ciclo, renova-se fortalecida com a própria exaustão como a sabedoria que amadurece quando se desfaz das folhas secas e fortalece as raízes e galhos para conquistar os novos tempos.

Um símbolo que sobrevive aos extremos. Seja o círculo ou a sinuosidade de um oito vivo, seja a serpente que devora ou a que se lança de si... Sem começos ou fins, a serpente é uma alegoria única, contínua, um elo inquebrantável que quando percebido transforma a compreensão da existência numa perene filosofia, faz a experiência humana se ornar com as sagradas e profanas vestes de um constante principiante e traz à lembrança os sonhos à espera de realizações.

A dinâmica da morte e da vida ressuscitada num andamento musical, numa linguagem reticente, numa pintura que lança o espectador numa viagem labiríntica à própria essência, numa ausência que a saudade cicatriza no corpo num arrepio ininterrupto, numa presença sempre em busca de um novo significado...

Uma carta retorna ao remetente com a emoção do outro. Um livro abandonado num sebo encontra o leitor e um local na cabeceira. Uma carência aporta no olhar amoroso e ganha um novo significado com a profusão de sentimentos. Sincronia de percepções ao resgatar o sonho plural com anima e animus e vivê-lo nas correntes dos rios cotidianos nas superfícies e subterrâneos redescobertos. Renascimento das fontes, do extravaso dos cursos que se completam e reiniciam em mar, salgados pelas vivências profundas, lançados às vestais areias no zênite do encontro harmonioso. Prazer de se reencontrar em busca...

As imagens do mundo reunificadas nas mandalas originais que se propagam nos círculos dos céus e infernos individuais com os enigmas de anseios e ambigüidades. Liames...

O silêncio. A palavra reclusa ganha nova forma nas abissais lacunas que não podem ser verbalizadas e são esculpidas em renovadas e íngremes perspectivas das alvoradas. A linguagem navegante se lança ao vasto oceano, rebatizado em ondas, e recria os horizontes com a magenta luminosidade dos crepúsculos vespertinos.

Helena Sut